quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Torcedor de Verdade.


Esse post foi escrito por um torcedor de verdade.

Antigamente, todo apaixonado por futebol que vivia no interior do Brasil, independentemente do estado, tinha um certo carinho pelo time da sua cidade natal. Ele até poderia ter como “time do coração” algum grande clube da capital, mas havia sempre um espaçozinho para o clube que defendia as cores da sua terra de origem. Eu sou dessa época. E, diferentemente de muitos com os quais vivi, torço apenas para um clube. E é justamente o clube da cidade de onde vim. É um clube pequeno (hoje, eu diria “minúsculo”), mas eu não estou nem aí. Não gosto, nunca gostei e, obviamente, jamais nutrirei sentimento algum pelos grande clubes da capital paulista. Sou torcedor do América de São José do Rio Preto desde sempre (leia-se “desde sempre” como sendo 1979).
Desde o exato momento em que entrei com meu velho pai nas acatadas acomodações (do hoje extinto) estádio Mário Alves Mendonça, quando vi a festa da torcida (papel picado, papel higiênico no gramado e alambrados, rojões..), quando vi aquele plantel de camisa vermelha cor de sangue entrando em campo, pensei comigo: “É isso! Sou americano pra sempre!”. Nunca me passou pela cabeça torcer por Corinthians, São Paulo, Palmeiras ou quem quer que fosse...
Sim, eu sei o que vocês estão pensando: “Como você consegue torcer por um time que não ganha títulos?”. Não se preocupem... Todos têm essa pergunta na ponta da língua quando vão conversar comigo. A resposta é mais ou menos a seguinte (guardadas as devidas proporções entre os contextos): ora bolas, meu pai não é presidente da ONU, sequer foi síndico na vida e mal tem o primeiro grau completo... e nem por isso eu não o ame e respeite por toda a minha vida, carregando dentro do meu peito os valores que ele me ensinou desde que me dou por gente. Não preciso que ele conquiste nada nessa vida. O que ele me deu, foi suficiente para que eu fosse o que sou hoje: um pai de família honesto, com saúde e sem vícios... Ou seja, não preciso que o América ganhe títulos. Cada um sabe o limite de suas forças. Basta lutar com coragem e já me darei por satisfeito. Derrotar um clube grande dentro do nosso estádio, com craques cujos salários são incomparáveis aos dos nosso atletas, é um “título” que não tem preço pra mim e que aprendi a dar o devido valor com o passar dos anos... Títulos? Deixo-os para os times grandes... Estamos bem assim! Temos nossa tradição, nossa história... e isso não é pouca coisa, em um estádio que viu grandes clubes nascerem e morrerem com o passar das décadas (alguém se lembra do Novorizontino, Ypiranga, São Bento de Marília, etc..?).
Os desmandos e a incapacidade administrativa das diretorias que ocuparam a liderança do clube que tanto amo em anos recentes, abalaram drasticamente a devoção que sentia pelo meu clube. Afinal, sofrimento tem limite (quem agüenta viver acompanhando um clube com jogadores sem qualidade e compromisso algum com as cores do uniforme que defendem, constantemente às portas do rebaixamento e com denúncias graves de desvio de verbas?). É duro. A cada novo campeonato, a esperança se renova... mas temo pelo pior. Vários torcedores da velha-guarda abandonaram o clube. Não os censuro, muito pelo contrário. Censuro apenas os que criticam aqueles que ainda teimam em acompanhá-lo, em torcer pelo América acima de tudo.
Minha coleção é a prova real de que esse clube já foi grande o bastante para inspirar “um moleque com os pés descalços” a guardar recordações de grandes batalhas disputadas sob o sol escaldante da minha São José do Rio Preto. Batalhas onde saímos vencedores e onde saímos derrotados. Muitas das histórias que tenho guardado em papel ou fotos, carrego também vividamente em minha cabeça! E é por isso que, quando paro e lembro por tudo aquilo que passei nessa vida, vejo que namoradas, amigos, fases boas e ruins vieram e passaram... O América não passou. Ele está lá. E, pelo jeito, vai continuar.

Evandro Souza


Acervo de camisas – parte 1 (camisas oficiais)



Acervo de camisas – parte 2 (camisas oficiais)

Acervo de camisas – parte 3 (camisas de treino, de torcidas organizadas e comemorativas) + flâmulas e faixas de campeão.

Minha primeira camisa do América (meu pai pendurou no quarto da maternidade quando nasci).

Minhas pastas (11 ao todo) com recortes, campanhas, autógrafos, fotos, etc. sobre os mais diversos assuntos envolvendo o América (campanhas em estaduais e nacionais, biografia de jogadores, etc.)


Pasta que acondiciona cadernos com campanhas em estaduais e torneios diversos (ilustrados com fotos e recortes de jornais) + Exemplares do antigo “Jornal do América”, entregue gratuitamente aos torcedores que compareciam aos jogos nas décadas de 80 e 90.

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